Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter decretado estado de pandemia por conta do aumento global dos casos do novo coronavírus (Sars-Cov-2), agente causador da doença Covid-19, especialistas e autoridades de saúde ressaltam que no Brasil a situação ainda não saiu do controle e não há motivo para pânico. Diante dos casos confirmados no País e em Pernambuco, o cenário local ainda é de reforço nas ações de prevenção.
Entre as principais medidas apontadas estão os cuidados com a higiene, como lavagem das mãos, e etiqueta respiratória. Desta forma, reforçam os especialistas, é possível se proteger não apenas do Sars-Cov-2, mas de diversos vírus de transmissão respiratória que já circulam em nosso território, como o sarampo e a influenza. Semelhante a uma gripe comum, a covid-19 apresenta sintomas como febre, tosse, fadiga e falta de ar, mas se diferencia pela alto poder de transmissão e por afetar mais gravemente idosos e portadores de doença respiratória.
"O tempo de sintomas do novo coronavírus é um pouco mais prolongado. O que dá a impressão que ele transmite por mais tempo do que o H1N1, por exemplo. Em média, os sintomas do H1N1 são muito intensos, mas duram de cinco a sete dias. Já com o Sars-Cov-2 o tempo médio de manifestação dos sintomas tem sido de oito a dez dias", disse o médico infectologista da Universidade de Pernambuco (UPE) Filipe Prohaska.
Até o balanço divulgado na última sexta-feira (13), em Pernambuco tinha registros apenas de transmissão importada da covid-19. Ou seja, pessoas que já chegaram contaminadas no Estado após viajarem para áreas consideradas de risco. Aqui também está sendo investigado um caso de transmissão local - quando alguém pegou a doença com alguém que viajou para o exterior. O terceiro e último estágio é da transmissão sustentada ou comunitária - quando não dá pra identificar quem passou a doença pra quem, como já ocorre em São Paulo.
O infectologista acrescenta que ao apresentar sintomas de gripe só deve-se procurar uma unidade hospitalar quando começar a ter algum quadro que limite as suas atividades, como falta de ar. "No caso do SUS as UPAs que realizam toda triagem. Os casos que julgarem necessário irem para hospital de referência eles entram em contato com a central de leitos e realizam a transferência", falou.
Prohaska reforçou as medidas de prevenção que devem ser adotadas pela população. É preciso evitar os hábitos de coçar os olhos, roer as unhas, colocar a mão no nariz e sempre lavar as mãos. "A grande forma de se proteger da gripe, seja ela coronavírus, H1N1 ou qualquer outra, é com a lavagem das mãos com água e sabão ou uso do álcool em gel. Além disso, ao espirrar deve-se usar o antebraço ou lenço de papel para não propagar a secreção e os vírus no ar", disse.
Ele destaca que no momento não é necessária a utilização de máscaras. "Um erro muito comum é o uso desse acessório em lugares abertos, pois causa uma falsa sensação de proteção. Ela tem impacto quando você usa em locais fechados. Outra coisa a ser observada é a forma de descartar a máscara. Se você retira usando a mão diretamente nela e ela estiver contaminada você se protegeu o dia todo e no final acabou contaminando a mão. É preciso lavar as mãos em seguida", disse.
Unidades de saúde
O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, reforça que no momento apenas devem procurar as unidades de saúde as pessoas que apresentarem sintomas como febre acompanhada de tosse, espirro e com histórico de viagem ao exterior ou contato com pessoas suspeitas. "É importante lembrar que no Recife a porta de entrada para os atendimentos são as unidades de atenção primária, então a população deve procurar o posto de saúde mais próximo da sua casa", disse.
Fonte: Folha de Pernambuco
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